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“Nós não vamos ter déficites comerciais com o vosso país, porque para mim um déficit é uma perda. Nós vamos ter superávites…”

“Nós impusemos uma grande taxa à Europa. Eles vão vir para a mesa de negociações, eles querem conversar, mas nós não falamos com eles até eles nos pagarem muito dinheiro todos os anos pelo presente mas também pelo passado.”

Estas duas citações do Trump nos últimos dias dizem-nos duas coisas:

• acha que o comércio bilateral é um jogo de soma zero, quando um jogador ganha, o outro perde. Uma visão da economia equivalente ao criacionismo na biologia, ouvi alguém dizer.
• comporta-se como se estivesse a fazer negócios imobiliários com a máfia de Nova Iorque: ameaças, extorsão, insultos. 

(do livro do Bob Woodward)

Para além disto, a obsessão com as indústrias de manufactura de baixa complexidade tecnológica e com o aumento do emprego industrial quando os EUA são os maiores exportadores mundiais de serviços (essa coisa abstrata que os MAGA’s pejorativamente chamam “email jobs”) se calhar foi explicada sumariamente pela Fox News:

E o Matthew Yglesias resumiu a situação:

Eu ia fazer um post sobre o Adam Smith e como sabemos desde o século XVIII que o mercantilismo tinha uma visão nacionalista e limitada da economia, como se baseava numa visão de escassez que levava a acreditar que a riqueza de um país dependia da acumulação de metais preciosos, a guerras de expansão e colonialismo como única maneira de obter mais recursos (cf. Gronelândia), de protecionismo de manufacturas o que levava à corrupção (ver acima a máfia de Nova Iorque) e contrabando…  Mas depois lembrei-me deste cartoon do existential comics que resume parte da coisa e deu-me preguiça.